04/11/2012

O bicho que se espicha






o lindo bicho que se espicha
afofando com as patas a manta
não é sapo e não é lagartixa
mas um gato que se agiganta

comprido como uma salsicha
estende o rabo, a orelha levanta
estica o pescoço, treme a barbicha
abre a boca e mostra a garganta

no charme e olhar “blasé” capricha
seu ronronar é som que encanta
ter um gato é ter “la buena-dicha”
é companhia que a vida abrilhanta


Helenice Priedols





(Este é o Tigrão, o gato caçula lá de casa. Olhos cor de esmeralda, pacífico, doce como um bebezão)


27/10/2012

Eu não sou um vira-lata!




A raça brazilian shorthair data de meados do anos 80 tendo suas origens nas ruas do Brasil. Foi a primeira raça de gatos genuinamente brasileiros a receber um reconhecimento internacional, sendo considerada uma raça pura .

O Brazilian Shorthair (Pêlo Curto Brasileiro) é um gato de tamanho médio, pelagem curta, com variedade de cores e padrões, e olhos dramaticamente expressivos. 

Há muitos aspectos que tornam estes gatos especiais. Por exemplo, o espaço entre os olhos é igual ao tamanho do olho, e os olhos são geralmente da mesma cor do pêlo.

Os machos podem ser facilmente distinguidos das fêmeas, porque eles têm cabeças maiores. Após a idade de 6-8 anos, mesmo se você tiver um espécime saudável, é aconselhável levá-lo ao veterinário para exames de rotina a fim de detectar potenciais problemas de saúde.

Se você estiver procurando por um gato carinhoso que não é agressivo e gosta de estar próximo de pessoas, o brazilian shorthair se encaixa perfeitamente em suas necessidades. Ele tem um temperamento agradável, muito brincalhão, ativo e um predador perfeito. Ele é inteligente e aprende as coisas muito rapidamente.

Esta raça se harmoniza muito bem com crianças. Estes gatos são conhecidos por sua capacidade de vincular as relações com todos os familiares e amigos, e eles não são gatos de um único proprietário.


(fonte: http://www.racasdecachorros.net/fotos-raca-gato-brazilian-shorthair.html)





15/10/2012

Sobranceiro




O suave olhar e o tato
E o andar que mostra o tino
Não definem o ar felino
Nem seu íntimo substrato...

No seu sentido mais lato,
Afastado do humano
É que habita um bichano
Pois senão seria um pato!

Pra si mesmo ele ronrona
Sem saber demais do mundo
E jamais se trouxe à tona

O que pensa, enfim, no fundo:
Pede amor pra sua dona
A miar, tão vagabundo...


(Francisco Settineri)

11/09/2012

Ao Gato





Gato, já está em idade avançada,
Quantos camundongos e ratos em sua vida comeu?
Quantos petiscos roubou?
Olhe com estes lânguidos e brilhantes segmentos de verde,
Ergue as orelhas de veludo
Mas por favor não espetes tuas garras latentes em mim
E mia mais alto - e me conta suas contendas
Por peixes, camundongos, ratos e tenros galetos.
Não, não baixes os olhos nem lambas teus punhos delicados.
Apesar do teu arfar asmático, apesar de teu rabo cortado,
Apesar de muitas empregadas te terem batido,
Tua pele ainda é tão suave como quando duelavas
Na juventude sobre os muros entre cacos de vidro.

(John Keats)

17/06/2012




Passeiam-se nos parques como gatos. Deslizando, com elegância e sem pressas. Apurando os sentidos, a reconhecer o território. Afagam o tronco de uma árvore, olham a copa e, se fosse da sua natureza, trepariam e ficariam muito serenos, deitados no garfo de dois ramos jovens. Esmagam nos dedos uma folha de lúcia-lima e cheiram-na, aspiram-na, com sensualidade disfarçada. Pontapeiam uma pinha caída no saibro do caminho, para depois, mais adiante, a apanharem e a arremessarem. Como um gato faz com um novelo. São solitários. Evitam cruzar-se com outros exploradores. Procuram tomar caminhos diversos. Debruçam-se nos lagos, molham as pontas dos dedos e não as enxugam. Às vezes passam-nas no rosto. Espiam os pássaros, detêm-se, para não os assustarem.
Os gatos, esses, aparecem de noite. É o seu tempo dos parques. É também o tempo de muitos outros bichos que viram os homens sem serem vistos. Dos mistérios dos parques só os gatos sabem. Nunca os revelarão. Os poetas sabem disso, mas continuarão a deslizar nos parques, imitando os gatos. Na esperança de um dia saberem ler o que eles trazem inscrito nas pupilas.

Licínia Quitério




24/01/2012